domingo, 7 de novembro de 2010

Alter do Chão II






















Alter do Chão, município de Santarém no estado do Pará. Gostamos tanto que acabamos voltando prá lá no último feriado de finados.
Desta vez a paisagem estava um pouco diferente com a baixa dos rios devido a seca que é a maior de todos os tempos na Amazônia. As praias estavam maiores e a pequena travessia até a Ilha do Amor que era feita de canoa, dava para fazer a pé com a água pela canela.
Da última vez não tínhamos notado que havia tantos cajueiros na cidade. Agora estavam todos carregados com cajus caindo pelo chão. A pousada que ficamos, Sombra do Cajueiro, fez juz ao nome.
No segundo dia fomos andando até a praia de Pindobal no município de Belterra. Caminho praticamente deserto : de um lado o rio Tapajós , de outro vegetação com muitos ipês amarelos maravilhosos. Não foi fácil a longa caminhada no sol forte e na areia cheia de conchas, muitas com pontas que insistiam em espetar nossos pés. A água do rio nem dava prá refrescar pois estava morna. Já estávamos quase desistindo de chegar quando enfim avistamos alguns guarda-sóis de palha. Enfim sombra e água fresca !
No dia seguinte nos animamos novamente a caminhar. Agora em uma trilha de 5 horas na Flona, Floresta Nacional do Tapajós. Depois de uma hora e meia subindo o Tapajós em uma voadeira chegamos a comunidade de São Domingos. Pequena vila de 280 habitantes que fica dentro da Flona. De tão baixo o rio tivemos que caminhar na lama da voadeira até a praia. A inocente caminhada esconde um grande perigo, as arraias. Famosas por terem uma ferroada estremamente dolorida. Tem pessoas que até desmaiam com a dor intensa. Só depois ficamos sabendo que na semana anterior, em São Domingos, 18 pessoas tinham sido aferroadas.
Mas passando este obstáculo e após algumas picadas de formiga, começamos a caminhada.
O atrativo principal são as samaúmas, árvores centenárias que ficam enormes. Mas lá estavam novamente os ipês amarelos roubando a cena.
A família que nos recebeu cultivava a árvore de andiroba para extrair óleo das sementes. Vendem tudo que conseguem produzir. Não sobrou nem uma pequena amostra do óleo para levarmos. Cansados, só chegamos a noite de volta a Alter.
No último dia ficamos na praia só no sossego e preguiça. Curtindo uma cerveja gelada e um tambaqui assado na beira da praia. Merecido descanso !